21 Jan 2013

Qual o novo presidente do Palmeiras


O mandato de Arnaldo Tirone chega ao fim e o Palmeiras terá um dia histórico nesta segunda-feira para definir seu futuro. A partir das 20h, no ginásio da Academia de Futebol, começa a eleição que irá eleger o novo presidente do clube. Por isso, o Metro entrevistou os dois candidatos, Paulo Nobre e Décio Perin, e conheceu as propostas de ambos. Veja abaixo as entrevistas na íntegra:


 PAULO NOBRE

Por que ser presidente?

Muita coisa tem de mudar, não só o futebol como o clube social. Vejo o Palmeiras hoje como um barco à deriva, sem comando. Precisamos profissionalizar muitos departamentos, que demandam tempos demais do diretor estatutário. Se não for um profissional remunerado, a pessoa não tem como dar conta do departamento com qualidade. Entendemos que é fundamental que o campeão do século 20 entre de vez no século 21.

Qual o principal problema do Palmeiras hoje?

Resumindo em poucas palavras, é a total falta de comando em muito tempo. No Palmeiras, você nunca vai agradar gregos e troianos. Tem de ver o que é melhor para o clube e fazer, independentemente dos outros. Tenho certeza de uma coisa: o Palmeiras é totalmente administráveis desde que tenha vontade política, sem pensar em reeleição. Uma vez eleito, você tem obrigação de cuidar bem do clube.


 Se eleito, vai ter rabo preso com alguém?

Vou ter rabo preso com meu plano de governo. Sou apoiado por conselheiros que querem mudar a camisa, o espírito, radicalmente, não para inglês ver. É o compromisso de mudar verdadeiramente o Palmeiras. O Palmeiras necessita de mudanças radicais.

 

Quais são as mudanças?

Separar futebol do clube social, transformar em duas unidades independentes e auto-sustentáveis. Queremos especialistas full-time no Palmeiras. O diretor estatutário continua existindo, mas para fiscalizar. Também queremos fazer um plano de sócio-torcedor que abrace todos os que foram feitos antes, de forma equivocada, mas que não podemos esquecer quem participou. Isso não pode ser terceirizado, tem de ser do clube. Quero um plano que o sócio-torcedor participe da política do clube. E usar o marketing para conhecer o seu torcedor, saber de fato quantos somos, qual a classe social, onde estamos mais concentrados… O torcedor é o melhor público consumidor que uma marca pode ter.


 Qual a análise você faz do futebol? O técnico Gilson Kleina continuará?

Se eu for eleito, mantenho o Kleina e darei tranquilidade para trabalhar. Mas terá planejamento e ele será cobrado. Com relação ao futebol, vejo com certa preocupação. Defendemos que a eleição não pode ser em janeiro. Não adianta iludir o torcedor, que sabe que o presidente vai herdar um time do outro presidente. Por isso também, não há motivo de mudar o técnico, já que o Kleina está tentando montar o time.    

 

DÉCIO PERIN


 Por que ser presidente?

O momento do Palmeiras é muito importante. Requer a ajuda de todos que podem contribuir para uma efetiva mudança na maneira como esta instituição vem sendo conduzida. A minha candidatura foi algo discutido, pensado, avaliado. A principal questão foi: podemos implementar as mudanças estruturais que o Palmeiras precisa? A resposta foi: sim, desde que tivéssemos um projeto sólido e uma mobilização das forças políticas que pensam no bem da instituição.


 Qual o principal problema do Palmeiras hoje?

Nosso problema mais aparente foi a queda para a Série B (do Campeonato Brasileiro). Mas um time grande e vitorioso como o Palmeiras não cai à toa. Isso é o resultado de erros estruturais que queremos resolver. O Palmeiras precisa tratar o futebol como um grande negócio e a partir daí, com profissionais experientes e um modelo de trabalho integrado e transparente, voltar a crescer.

 

Em que o apoio dos ex-presidentes Affonso Della Monica e Luiz Gonzaga Belluzzo pode influenciar na sua gestão?

A influência é positiva na medida que no Palmeiras – como em qualquer outro time de futebol, como em qualquer empresa – ninguém faz nada sozinho. Precisamos de uma mobilização no Palmeiras. Mas essa mobilização tem de ocorrer entre os que pensam de forma parecida, que têm os mesmos valores. Esse apoio para mim, se eu for eleito, será importantíssimo para dar governabilidade e ajudar em todo o processo de mudança.

 Quais serão as principais mudanças da gestão Décio Perin se eleito?

Profissionalização, foco no futebol sem pensar nas necessidades do clube social, auto-sustentabilidade financeira, crescimento e valorização do marketing, principalmente integrando-o ao futebol, implementação de uma governança corporativa, valorização do sócio-torcedor.

 Qual a análise você faz do futebol? O técnico Gilson Kleina continuará?

Claro que sim. Conversamos com Kleina. É um treinador que parece ser muito competente, com muito conhecimento, com boa capacidade de grupo e vestiário. Tem uma lucidez enorme dos problemas do Palmeiras e o desejo de ficar aqui e conquistar muitos títulos. Foi colocado numa situação muito complexa e precisa agora, num ambiente estável, mostrar seu valor
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