Há exatos 55 anos ocorria o lançamento do primeiro satélite americano, o Satellite 1958 Alph. Conhecido como Explorer 1, ele foi uma resposta à União Soviética, oponente dos Estados Unidos na Guerra Fria. A URSS havia tido suas primeiras experiências no espaço quatro meses antes, quando lançou o Sputnik.
Em 4 de outubro de 1957, em meio à Guerra, a extinta União Soviética marcava a história com um feito memorável. Nesse dia, foi lançado no espaço o Sputnik, o primeiro satélite artificial, um objeto capaz de girar em órbita da Terra. Pouco depois, em novembro, a URSS lançava um Sputnik de maior porte, transportando pela primeira vez um ser vivo, a cadela Laika.
Mas os EUA não queriam ficar para trás e logo trataram de produzir o seu próprio satélite.
A primeira tentativa americana foi o Vanguard 1. O seu lançamento, em dezembro do mesmo ano, foi um grande evento que contava com a cobertura da imprensa, mas foi um fracasso lamentável. O foguete subiu menos de dois metros e logo explodiu, o que gerou grande vexame nacional e motivo de sobra para gozação dos soviéticos.
Assim, apenas em 31 de janeiro de 1958, no estado da Flórida, o Explorer 1 foi lançado. Era o começo da corrida espacial. Wernher von Braun, criador do foguete, William Pickering, diretor do laboratório que construiu o satélite - Jet Propulsion Laboratory (JPL) –, e James Van Allen, diretor científico do projeto, tiraram uma foto segurando uma cópia do Explorer 1 que entrou para a história como símbolo da chegada dos EUA no espaço.
O peso total do satélite americano era 13,9 kg, bem mais leve que o Sputnik 1, o qual pesava 83,6 kg. Com pouco mais de dois metros, o equipamento consistia de um foguete Júpiter C, dois transmissores, conjuntos de bateria, sensores de temperatura, detectores de micrometeoritos e um contador de radiação de Van Allen.
Possuindo um contador Geiger, o satélite fez a primeira descoberta científica da era espacial, o Cinturão de Van Allen. Soube-se, pela primeira vez, que a Terra é cercada por cinturões de partículas aprisionadas pelo campo magnético terrestre, onde ocorrem vários fenômenos atmosféricos. Os cientistas perceberam que o contador de radiações do satélite ficava alguns minutos em silêncio a cada órbita e Van Allen compreendeu que isso acontecia porque o detector estava sobrecarregado. Dessa forma, ele descobriu a radiação que cerca o planeta, aprisionada pela atmosfera, hoje conhecida como cinturões de radiação Van Allen.
A partir de então, a visão sobre o espaço vai além do medo das investidas bélicas dos EUA e da URSS. Ele passa a ser um grande campo interessante e inexplorado, um enorme laboratório científico. O Explorer I parou de transmitir dados em 23 de maio de 1958, quando suas baterias se esgotaram. O satélite permaneceu em órbita por mais 12 anos e reentrou na atmosfera, sobre o oceano Pacífico, em 31 de março de 1970.
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