A Áustria optou por não acompanhar a tendência da Europa rumo à profissionalização de seus Exércitos ao decidir em referendo manter o serviço militar obrigatório, mas por razões alheias às políticas de defesa e mais vinculadas ao temor de perder serviços comunitários.
Com todas as cédulas apuradas, quase 60% dos eleitores decidiram manter o serviço militar no referendo realizado hoje no país alpino. O resultado já foi aceito por todos os partidos políticos.
O referendo dividiu a coalizão de Governo formada por social-democratas e conservadores, com os primeiros defendendo um Exército profissional e os segundos a manutenção do serviço militar.
A Áustria, um país neutro desde 1955 e com um dos orçamentos de Defesa mais baixos do mundo, menos de 0,8% do PIB, resistiu assim à tendência da criação de um Exército profissional, com o qual já contam 21 dos 27 membros da União Europeia (UE).
O ex-porta-voz social-democrata da chancelaria federal, Josef Kalina, declarou que "a prestação social de substituição salvou o serviço militar" de ser abolido.
Com essa análise concordam todos os analistas, que já previam que as pessoas votariam pelo serviço militar pelo temor que, sem a prestação social, faltasse pessoal para trabalhar em ambulâncias, primeiros socorros e na assistência a idosos com problemas de mobilidade.
Na Áustria, os homens devem passar seis meses de serviço militar ou nove meses de prestação social de substituição quando completar 18 anos.
Os democrata-cristãos souberam usar essa carta argumentando que não existiriam soldados suficientes para ajudar em casos de catástrofes naturais nem voluntários para serviços assistenciais. Aliados aos social-democratas no governo de coalizão fizeram campanha em pro do serviço militar obrigatório.
Os defensores do serviço militar argumentaram também que uma milícia profissional seria um passo em direção à entrada na Otan e uma renúncia ao status de neutralidade, uma mensagem que também mexeu com os eleitores.
Cerca de 6,3 milhões de austríacos foram convidados a votar ,cerca de 50% da população
Já os social-democratas descreveram o serviço militar como "ineficaz" para fazer frente às ameaças à segurança no século 21, como o terrorismo e os ciberataques.
Apesar de ser um país neutro, a Áustria participa de missões de paz das Nações Unidas no Kosovo e na Bósnia, e também tem tropas no Líbano e nas Colinas de Golã, no Oriente Médio.
Para o chanceler social-democrata Werner Feymann e o ministro da Defesa Norbert Daramos ,assim como para os Verdes e os grandes tabloides ,que fizeram campanha a favor do exército profissional
Na UE, Áustria, Chipre, Estônia, Finlândia, Grécia e Dinamarca são os países que seguem mantendo o serviço militar obrigatório.
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