Já faz algum tempo que o Facebook dava sinais de que alguma coisa não estava certa na sua estratégia de mercado. A rede realizou algumas mudanças em suas páginas e aplicativos, trazendo novos recursos aos usuários e melhorando suas ferramentas, como o Facebook Home e o Messenger.
A tentativa de renovar seus sistemas indica uma preocupação da empresa em se manter relevante para o público jovem, especialmente frente a concorrentes e serviços emergentes que modificam a forma como os usuários utilizam as interfaces interativas.
No final de outubro, o executivo do Facebook David Ebersman revelou que pela primeira vez a rede social estava registrando uma queda de uso entre os jovens. Os adolescentes estão passando menos tempo conectados ao “Face”, e números indicam que muitos deles estão migrando para outros aplicativos.
Plataformas privadas e restritas
Uma das justificativas encontradas para explicar essa nova tendência entre os jovens é a busca por redes e mecanismos de interação social que oferecem maior privacidade. O Facebook se tornou muito popular, e os adolescentes preferem se comunicar longe dos olhares de pais, parentes e professores.
Por essa razão, há uma migração em curso do público jovem para plataformas mais restritas, em que os jovens se identificam mais e podem trocar mensagens privadas com seus amigos mais próximos. O Instagram foi um dos primeiros destinos desse público, e o Facebook rapidamente adquiriu esse serviço ao perceber seu crescimento.
Agora, comunicadores instantâneos como o WhatsApp e o Snapchat apresentam um aumento no número de jovens utilizando os serviços. O primeiro oferece a possibilidade de trocar mensagens rapidamente através de smartphones com uma pessoa ou em grupos de amigos, além de permitir o envio de fotos, vídeos ou gravações de voz.
No Snapchat, os jovens encontram uma maneira diferente de interagir, já que as mensagens em fotos ou vídeos do aplicativo se autodestroem em poucos segundos após a visualização. O Facebook entendeu que o público procura por mecanismos alternativos de comunicação e tentou comprar o Snapchat e criar um serviço semelhante (o Poke), sem sucesso.
É possível perceber, a partir disso, que há uma nova maneira de os jovens interagirem com os serviços sociais, especialmente com os aparelhos smartphones em mãos. São cada vez mais comuns e populares os vídeos curtos e os chamados “selfies”, em que os jovens se exibem para as câmeras. E esse público parece preferir plataformas como o SnapChat e o WhatsApp para compartilhar suas imagens e gravações pessoais.
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