A maioria dos 468.000 homicídios cometidos no mundo em 2010 ocorreram na África e América Latina, e a maior parte das vítimas foram homens, revelou o UNODC (Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Delito) em um relatório divulgado nesta quinta-feira (6).
Nas Américas, o Brasil ocupa o primeiro lugar em número absoluto de assassinatos, seguido do México e da Colômbia. De acordo com o documento da agência da ONU, no Brasil ocorreram 43.909 homicídios, contra 20.585 no México e 15.459 na Colômbia.
- Os homens jovens, particularmente na América Central e do Sul, no Caribe e na África Central e Austral, são os mais expostos ao risco de homicídio intencional.
Já com relação à taxa de homicídios, que considera o número de assassinatos a cada 100 mil habitantes, a campeã é Honduras, com taxa de 82,1, seguido de El Salvador, que apresenta taxa de 66 mortes por 100 mil pessoas.
Na América do Sul, a maior taxa de homicídios é da Venezuela, com índice de 49, seguido da Colômbia, com 33,4, e o Brasil, com 22,7 mortes a cada 100 mil habitantes.
Mundo
Nos países mais afetados, especialmente na América Central, um jovem de 20 anos entre 50 será assassinado antes de completar 31 anos.
Se os homens são majoritariamente vítimas e autores dos homicídios - em 80% dos casos -, a UNODC destaca que as mulheres são, em geral, vítimas da violência doméstica ou relacionada com a família. Na Europa, em 2008 cerca de 80% das vítimas fatais atacadas por eram mulheres.
A agência assinala que nos 42% dos homicídios cometidos 2010 foram utilizadas armas de fogo. Na América Central e Caribe foram utilizadas em 75% dos casos.
"É crucial que as medidas de prevenção contra o crime incluam política que resultem na ratificação e aplicação do Protocolo das Nações Unidas sobre as armas de fogo para um controle melhor", declarou o diretor executivo da UNODC, Yuri Fedotov, citado no comunicado.
A UNODC destaca, além disso, uma "clara relação entre a criminalidade e o desenvolvimento".
"A criminalidade recorrente é tanto a causa maior e uma consequência da pobreza, da insegurança e do subdesenvolvimento", insiste a UNODC, enfatizando que os países com fortes disparidades de rendas têm quatro vezes mais risco de sofrer crimes violentos que as sociedades mais igualitárias.
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